Reter talentos é um dos grandes desafios das empresas e, cada vez mais, falamos sobre termos como turnover e quiet quitting atingem todos os setores. Investir em cultura organizacional e desenvolvimento de pessoas é um caminho importante para manter os profissionais nas organizações, e ter estratégias bem desenhadas faz toda a diferença para o sucesso das ações voltadas à retenção de talentos.
Você sabe o que são os conceitos turnover e quiet quitting e como desenvolver os colaboradores da sua empresa vai mudar esses índices? Saiba mais agora mesmo!
Turnover e Quiet Quitting: o que é?
O turnover é o índice sobre o número de colaboradores que deixaram as empresas em um determinado período. Essa é uma métrica de rotatividade e engloba os diversos tipos de desligamentos, sejam voluntários ou involuntários.
Segundo levantamento realizado pela Robert Half, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Brasil é o país com o maior índice de turnover do mundo. Entre as principais causas da alta rotatividade, aparecem a baixa qualidade do clima organizacional, a falta de alinhamento de expectativas, a falta de reconhecimento, seguido da falta de um plano de carreira.
Já o Quiet Quitting, ou demissão silenciosa, é um conceito que se popularizou nos últimos anos e diz sobre colaboradores que limitam a realização das suas tarefas apenas ao que está em seu escopo.
Ou seja, aqui não é sobre pedir demissão de fato ou sair da empresa, mas colaboradores que adotam a postura de cumprir apenas as suas atribuições e cumprir estritamente o combinado, sem fazer nada além do previsto na descrição do seu trabalho.
Causas e Impacto do Turnover e Quiet Quitting
Seja o turnover, quando a empresa perde de fato o colaborador, ou o quiet quitting, quando perde o máximo de sua produtividade, inovação e criatividade ainda que ele permaneça no ambiente organizacional, podemos falar de causas e impactos semelhantes.
De acordo com pesquisa do Instituto Gallup, no Brasil, o número de trabalhadores desmotivados com o próprio trabalho é de 72%, e o desânimo em seus ambientes tende a levar para saídas ou grande queda de produtividade, caso o profissional permaneça no seu ambiente de trabalho.
Essa insatisfação no ambiente de trabalho tem muitas causas, entre elas a falta de estímulo das organizações para o desenvolvimento dos profissionais, pouca flexibilidade dentro do ambiente, baixa clareza em relação às expectativas, metas e objetivos do negócio, relacionamentos ruins entre líderes e liderados, cultura organizacional ruim e atitudes que, na prática, não casam com o que a empresa prega de fato.
Em ambos os casos, a empresa sente grandes impactos, afinal, de uma forma ou de outra perde seus profissionais e o melhor que eles têm a entregar no ambiente. Isso faz com que a organização passe a ter um clima organizacional e cultural incerto e inseguro para os profissionais e dificulta a retenção de talento, enfraquecendo a imagem do negócio.
Quando falamos em impactos financeiros, não há como negar que o quiet quitting e turnover causam grandes problemas para o bolso das empresas. Ao perder colaboradores existem gastos com o profissional que sai e com a nova contratação. Isso sem dizer no tempo exigido de integração e adaptação para que o novo talento passe de fato a performar.
O Papel do desenvolvimento de pessoas
A desmotivação das pessoas dentro dos ambientes organizacionais tem muito a ver com a falta de perspectiva e a visão de crescimento no negócio, portanto, desenvolver colaboradores e dar a eles oportunidades de aprendizado faz toda a diferença na jornada de cada profissional.
Quando falamos de aprendizado, não é apenas sobre um treinamento ou uma palestra dentro dos times, mas sim estruturas robustas e sólidas de aprendizagem contínua para o desenvolvimento das pessoas em todos os seus momentos.
Isso pode acontecer através de investimento em universidades corporativas, treinamentos e workshops específicos para setores, programas de desenvolvimento de hard e soft skills e desenvolvimento de lideranças, por exemplo. Além disso, é interessante também quando as empresas contam com incentivos financeiros para que o colaborador se desenvolva fora da organização, como bolsas para pós-graduação, idiomas e eventuais idas a feiras e eventos do mercado que tenham conexão com a sua atuação na empresa.
Engajamento e Liderança
A liderança interfere muito nos índices de turnover e quiet quitting em um time e é papel dos líderes garantir que os colaboradores se mantenham entrosados e engajados, divulgando a cultura da empresa e apoiando no desenvolvimento de cada profissional.
Os líderes devem conhecer suas pessoas para dar o suporte adequado durante toda a jornada, e a boa convivência e conexão faz com que as pessoas se sintam mais pertencentes e valorizadas no ambiente de trabalho.
Bons líderes acompanham os colaboradores, sabem quando algo não vai bem e identifica os sinais de quiet quitting para revertê-lo antes que vire uma demissão de fato. Para isso, é fundamental que existam rotinas de feedbacks e trocas entre líderes e liderados para que as pessoas se sintam confiantes na sua atuação profissional e com a organização.
Nesse ponto, é crucial que as empresas valorizem o desenvolvimento das lideranças, para que elas saibam lidar com seus respectivos colaboradores.
Implementando Programas de Desenvolvimento
Implementar programas de desenvolvimento não é uma tarefa que ocorre da noite para o dia, mas é preciso começar de algum lugar e desenhar as necessidades do negócio. Para isso, reunimos algumas dicas para fazer com que os programas de desenvolvimento sejam realidade na sua empresa:
- Conheça as necessidades da empresa: Mapeie as competências necessárias para os setores, entenda as características de cada profissional individualmente, ouça os funcionários e entenda o que é necessário para eles e para os resultados do negócio.
- Invista em metodologias e ferramentas: Quando falamos em desenvolvimento não é apenas sobre o modelo de sala de aula. É importante pensar em dinâmicas, gamificação, atividades online, ensino presencial ou em plataformas de aprendizagem e o que mais for interessante e fizer sentido para o seu cenário.
- Desenhe e execute treinamentos pilotos: Um programa de desenvolvimento envolve diversas etapas, possibilidades e treinamentos. Para iniciar, é bacana executar algumas turmas piloto para entender o que funciona ou não, assim é possível aprimorar para entregar para o resto da empresa.
- Defina métricas, avalie e aprimore: Defina métricas para entender na prática como os treinamentos e os programas de desenvolvimento estão dando resultados. Com elas, será possível avaliar o que já foi feito e aprimorar as metodologias ao longo do processo, afinal, esse é um desenvolvimento contínuo. A metodologia Kirkpatrick, uma das mais importantes metodologias de mensuração de resultados de treinamento do mundo, é um exemplo que você pode começar a adotar para o seu contexto.
- Acompanhe e dê feedbacks: Os feedbacks para participantes dos programas, líderes e setores envolvidos é fundamental para o sucesso do negócio e sua continuidade.
O turnover e o quiet quitting são problemas cada vez mais frequentes dentro das organizações, e é preciso que lideranças e RH se unam para acompanhar seus colaboradores, entender suas dores, necessidades e limitações para reter talentos e motivar pessoas.
Lembre-se de que um bom ambiente organizacional e programas de desenvolvimento de pessoas são chaves para manter os profissionais em seu ambiente e tornar as jornadas cada vez mais longas e saudáveis.
Como o desenvolvimento está sendo tratado em seus times? Qual sua taxa de turnover e quiet quitting? Aproveite que agora sabe mais sobre o tema, entenda seu cenário e planeje sua jornada de aprendizado!
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